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Última atualização: 12 de dezembro de 2024

Zinco (30): Um Metal Protetor com Propriedades Essenciais

Modelo do átomo de zinco

História da descoberta do zinco

O zinco metálico era usado muito antes de seu reconhecimento oficial como elemento distinto. Ligas de cobre e zinco (latão) eram fabricadas desde a Antiguidade, embora os artesãos não soubessem que trabalhavam com um metal específico. Na Índia, a produção de zinco metálico puro é atestada desde o século XII, especialmente na região do Rajastão, onde um processo sofisticado de destilação era empregado. Na Europa, o metalúrgico alemão Andreas Sigismund Marggraf (1709-1782) é geralmente creditado pela descoberta científica do zinco em 1746, quando conseguiu isolar o metal aquecendo calamina (carbonato de zinco) com carvão. O nome zinco pode vir do alemão Zinke (ponta, dente), em referência ao aspecto pontiagudo dos cristais de zinco, ou do persa sing (pedra).

Estrutura e propriedades fundamentais

O zinco (símbolo Zn, número atômico 30) é um metal de transição do grupo 12 da tabela periódica. Seu átomo possui 30 prótons, geralmente 34 nêutrons (para o isótopo mais abundante \(\,^{64}\mathrm{Zn}\)) e 30 elétrons com a configuração eletrônica [Ar] 3d¹⁰ 4s².
À temperatura ambiente, o zinco é um metal sólido branco-azulado brilhante, moderadamente denso (densidade ≈ 7,14 g/cm³). É relativamente frágil à temperatura ambiente, mas torna-se maleável e dúctil entre 100 e 150 °C, permitindo que seja laminado e moldado. O zinco possui excelente resistência à corrosão atmosférica devido à formação de uma camada protetora de óxido e carbonato de zinco em sua superfície. Ponto de fusão do zinco (estado líquido): 692,68 K (419,53 °C). Ponto de ebulição do zinco (estado gasoso): 1.180 K (907 °C).

Tabela de isótopos do zinco

Isótopos do zinco (propriedades físicas-chave)
Isótopo / NotaçãoPrótons (Z)Nêutrons (N)Massa atômica (u)Abundância naturalMeia-vida / EstabilidadeDecaimento / Observações
Zinco-64 — \(\,^{64}\mathrm{Zn}\,\)303463,929142 u≈ 49,17 %EstávelIsótopo dominante do zinco natural.
Zinco-66 — \(\,^{66}\mathrm{Zn}\,\)303665,926034 u≈ 27,73 %EstávelSegundo isótopo estável mais abundante.
Zinco-68 — \(\,^{68}\mathrm{Zn}\,\)303867,924844 u≈ 18,45 %EstávelTerceiro isótopo estável do zinco.
Zinco-67 — \(\,^{67}\mathrm{Zn}\,\)303766,927127 u≈ 4,04 %EstávelPossui momento magnético nuclear; usado em espectroscopia de RMN.
Zinco-70 — \(\,^{70}\mathrm{Zn}\,\)304069,925319 u≈ 0,61 %EstávelIsótopo estável mais raro e mais pesado do zinco natural.
Zinco-65 — \(\,^{65}\mathrm{Zn}\,\)303564,929241 uSintético≈ 244 diasRadioativo, usado como traçador em biologia e medicina para estudar o metabolismo do zinco.

Configuração eletrônica e camadas eletrônicas do zinco

N.B.:
As camadas eletrônicas: Como os elétrons se organizam ao redor do núcleo.

O zinco possui 30 elétrons distribuídos em quatro camadas eletrônicas. Sua configuração eletrônica completa é: 1s² 2s² 2p⁶ 3s² 3p⁶ 3d¹⁰ 4s², ou de forma simplificada: [Ar] 3d¹⁰ 4s². Esta configuração também pode ser escrita como: K(2) L(8) M(18) N(2).

Estrutura detalhada das camadas

Camada K (n=1): contém 2 elétrons na subcamada 1s. Esta camada interna está completa e é muito estável.
Camada L (n=2): contém 8 elétrons distribuídos em 2s² 2p⁶. Esta camada também está completa, formando uma configuração de gás nobre (neônio).
Camada M (n=3): contém 18 elétrons distribuídos em 3s² 3p⁶ 3d¹⁰. Todos os orbitais desta camada estão completos, conferindo ao zinco grande estabilidade eletrônica.
Camada N (n=4): contém 2 elétrons na subcamada 4s. Estes dois elétrons são os elétrons de valência do zinco.

Elétrons de valência e estados de oxidação

Os 2 elétrons da camada externa 4s² são os elétrons de valência do zinco. Esta configuração explica suas propriedades químicas:
O zinco perde facilmente seus dois elétrons 4s para formar o íon Zn²⁺ (estado de oxidação +2), o estado de oxidação quase exclusivo do zinco em química.
A configuração resultante [Ar] 3d¹⁰ é particularmente estável com uma subcamada 3d completamente preenchida, o que explica por que o zinco quase sempre forma compostos com estado de oxidação +2.
Estados de oxidação +1 existem em compostos organometálicos raros, mas o estado +2 domina a química do zinco.

A configuração eletrônica do zinco, com sua subcamada 3d completa e seus dois elétrons 4s, o coloca na fronteira entre os metais de transição e os metais pós-transição. Alguns químicos não o consideram um verdadeiro metal de transição porque sua subcamada d está completa em todos os seus estados de oxidação comuns. Esta configuração estável explica por que os compostos de zinco são geralmente incolores (ao contrário dos metais de transição típicos) e diamagnéticos.

Reatividade química

O zinco é um metal moderadamente reativo. À temperatura ambiente, ele se cobre rapidamente com uma fina camada de óxido de zinco (ZnO) que o protege de maior oxidação. Esta camada protetora torna o zinco resistente à corrosão atmosférica, propriedade explorada na galvanização do aço. O zinco reage com ácidos diluídos, liberando gás hidrogênio e formando sais de zinco: Zn + 2H⁺ → Zn²⁺ + H₂. É anfótero, reagindo também com bases fortes para formar zincatos: Zn + 2OH⁻ + 2H₂O → [Zn(OH)₄]²⁻ + H₂. Em alta temperatura, o zinco queima no ar com uma chama branco-azulada brilhante, formando óxido de zinco. O zinco reage com halogênios, enxofre e muitos outros não-metais, especialmente quando aquecido.

Aplicações industriais e tecnológicas do zinco

Papel na astrofísica e cosmologia

O zinco é sintetizado em estrelas massivas por diversos processos de nucleossíntese. Ele se forma principalmente durante a queima explosiva do silício em explosões de supernovas, bem como por processos de captura de nêutrons lentos (processo s) em estrelas da ramo assintótico das gigantes (AGB). Os cinco isótopos estáveis do zinco (\(\,^{64}\mathrm{Zn}\), \(\,^{66}\mathrm{Zn}\), \(\,^{67}\mathrm{Zn}\), \(\,^{68}\mathrm{Zn}\), \(\,^{70}\mathrm{Zn}\)) são produzidos por esses mecanismos e dispersos no meio interestelar durante eventos cataclísmicos.

A abundância de zinco em estrelas antigas pobres em metais é particularmente interessante para os astrônomos. A relação zinco/ferro ([Zn/Fe]) é usada como indicador das condições de nucleossíntese no universo primordial, pois zinco e ferro são produzidos por processos diferentes. Estrelas muito antigas geralmente mostram um enriquecimento relativo em zinco em relação ao ferro, sugerindo que as primeiras supernovas tinham características distintas das explosões estelares atuais. As linhas de absorção do zinco ionizado (Zn II) nos espectros de quasares distantes permitem estudar a composição química das nuvens de gás intergalácticas e o enriquecimento de metais do universo jovem.

N.B.:
O zinco está presente na crosta terrestre em uma concentração de cerca de 0,0078% em massa, tornando-o o 24º elemento mais abundante. Ele é encontrado principalmente em minérios como a esfalerita ou blenda de zinco (ZnS), smithsonita (ZnCO₃), hemimorfita (Zn₄Si₂O₇(OH)₂·H₂O) e zincita (ZnO). O zinco nativo (forma metálica pura) é extremamente raro na natureza. A extração do zinco é feita principalmente por ustulação do minério de sulfeto seguida de redução (processo pirometalúrgico) ou por lixiviação e eletrólise (processo hidrometalúrgico). O zinco é totalmente reciclável sem perda de propriedades, e cerca de 30% da produção mundial vem da reciclagem, principalmente da recuperação do aço galvanizado e das ligas de latão.

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