Deimos, a menor e mais externa das duas luas de Marte, permanece como um dos corpos celestes menos compreendidos do sistema solar interno. Descoberta em 11 de agosto de 1877 por Asaph Hall, ela orbita Marte a cerca de 23.460 km, com um período de revolução de 30,3 horas. Sua origem, muito debatida, pode estar ligada à captura de um asteroide do cinturão principal ou a um impacto gigante em Marte, semelhante à hipótese dominante para a formação da nossa Lua.
N.B.:
Asaph Hall nomeou as luas de Marte em homenagem aos filhos mitológicos de Ares (deus da guerra), equivalente grego do deus romano Marte. Deimos, cujo nome significa "medo", é o gêmeo de Fobos, que significa "terror".
Com um diâmetro médio de apenas 12,4 km, Deimos é um corpo irregular, com forma de elipsoide triaxial (15 × 12,2 × 10,4 km). Sua massa é estimada em 1,48 × 1015 kg, e sua densidade média de 1,47 g/cm3 sugere uma composição próxima à dos asteroides carbonáceos do tipo D, ricos em materiais orgânicos e sílicas hidratadas. Ao contrário de Fobos, sua superfície não apresenta estrias misteriosas, mas é marcada por crateras de impacto, sendo a maior, Swift, com cerca de 3 km de diâmetro.
Quando Deimos é atingido por um objeto celeste, poeira e detritos deixam sua superfície devido à fraca atração gravitacional. No entanto, a gravidade de Marte mantém um anel desses detritos ao redor do planeta, aproximadamente na mesma região onde a lua orbita. À medida que a lua gira, os detritos se redepositam como uma camada empoeirada em sua superfície, dando-lhe uma aparência lisa.
N.B.:
A baixa densidade de Deimos e seu albedo (reflexão luminosa) de 0,07 indicam uma superfície coberta por regolito escuro, semelhante ao de asteroides primitivos. Essa característica reforça a hipótese de uma origem por captura gravitacional, embora modelos recentes também proponham uma formação in situ a partir de detritos de um impacto em Marte.
Observações espectroscópicas revelam que Deimos compartilha semelhanças com os asteroides troianos de Marte e objetos transnetunianos. Sua superfície é composta principalmente por:
A ausência de diferenciação interna (sem núcleo metálico distinto) sugere que Deimos nunca sofreu aquecimento suficiente para derreter, ao contrário de planetas ou luas grandes.
Três hipóteses dominam para explicar a origem de Deimos:
Missões futuras, como a MMX (Martian Moons eXploration) da JAXA, poderão resolver isso ao trazer amostras de Fobos (e indiretamente esclarecer a origem de Deimos).
Embora menos estudada que Fobos, Deimos foi sobrevoada por várias missões:
Sua órbita estável e a ausência de forças de maré significativas a tornam um alvo potencial para uma base de observação marciana ou um relé de comunicação para futuras missões tripuladas.
Característica | Deimos | Fobos | Lua (Terra) |
---|---|---|---|
Diâmetro médio (km) | 12,4 | 22,2 | 3.474 |
Densidade (g/cm3) | 1,47 | 1,87 | 3,34 |
Período orbital | 30,3 horas | 7,66 horas | 27,3 dias |
Distância do planeta (km) | 23.460 | 9.376 | 384.400 |
Origem provável | Captura ou impacto | Impacto ou captura | Impacto gigante |
Fontes: NASA - Deimos Overview, ESA - Mars Express.