Reia é a segunda maior lua de Saturno, após Titã, com um diâmetro médio de aproximadamente 1.527 km e uma massa estimada de 2,3 × 1021 kg. Sua densidade média, próxima de 1,24 g/cm3, indica composição majoritariamente gelada com fração rochosa significativa. A superfície de Reia é fortemente craterada, apresentando características como cadeias de crateras e fraturas lineares, revelando uma história geológica antiga.
Orbitalmente, Reia gira em torno de Saturno a uma distância média de 527.000 km e apresenta rotação síncrona, sempre mostrando a mesma face ao planeta. Seu período orbital é de cerca de 4,5 dias terrestres. A inclinação orbital de 0,35° e a baixa excentricidade contribuem para interações gravitacionais estáveis, mas significativas, com as partículas dos anéis externos de Saturno. Reia orbita logo além do anel E. Não influencia diretamente os anéis principais (A, B, C, D), mas pode ter efeito marginal sobre o anel E externo e poeira distante por meio de ressonâncias gravitacionais. As perturbações do anel F são principalmente causadas pelas luas próximas Prometeu e Pandora.
Os efeitos gravitacionais de Reia sobre os anéis se manifestam de várias formas:
Simulações numéricas mostram que a presença de Reia estabiliza algumas seções dos anéis enquanto perturba outras. Essas interações criam um equilíbrio dinâmico entre forças gravitacionais e colisões entre partículas.
Tipo de perturbação | Zona afetada | Mecanismo | Comentário |
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Onda de densidade | Anel A externo | Ressonância orbital 3:2 com Reia | Causa variações periódicas locais de densidade, criando padrões ondulatórios no anel. |
Zona de baixa densidade | Anel B externo | Interação gravitacional acumulativa | Partículas deslocadas gradualmente, formando lacunas ou regiões menos densas. |
Modificações orbitais | Anel F | Forças de maré induzidas por Reia | Pequenas alterações na velocidade das partículas remodelam gradualmente a estrutura do anel. |
Fonte: NASA – Reia
Reia faz parte de um grupo de luas médias e externas de Saturno que interagem gravitacionalmente com os anéis e entre si. Seus vizinhos imediatos incluem Titã, segunda maior lua de Saturno, bem como as luas intermediárias Jápeto, Tétis e Dione. Cada uma dessas luas possui órbita quase circular com baixa inclinação, formando uma rede complexa de ressonâncias orbitais e perturbações mútuas.
As distâncias orbitais entre esses satélites são grandes o suficiente para evitar colisões diretas, mas os efeitos gravitacionais cumulativos modificam gradualmente trajetórias e velocidades orbitais, influenciando a estabilidade dos anéis externos de Saturno. Reia, com sua massa intermediária, atua como modulador das perturbações induzidas por Titã e Jápeto, participando da dinâmica global do sistema.
A análise comparativa das propriedades físicas e orbitais dessas luas também revela diferenças significativas em composição e estrutura. Reia e Tétis são majoritariamente geladas, enquanto Jápeto apresenta uma dicotomia marcante entre um hemisfério claro e outro escuro.
Lua | Diâmetro (km) | Massa (kg) | Distância orbital média (km) | Densidade (g/cm3) | Particularidades |
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Reia | 1.527 | 2,3 × 1021 | 527.000 | 1,24 | Superfície fortemente craterada, gelo predominante |
Tétis | 1.062 | 6,2 × 1020 | 294.000 | 0,98 | Grandes planícies geladas, cratera Odisseu |
Dione | 1.123 | 1,1 × 1021 | 377.000 | 1,48 | Combinação de terrenos gelados e craterizados, fraturas lineares |
Jápeto | 1.471 | 2,2 × 1021 | 3.561.000 | 1,27 | Dicotomia claro/escuro, rotação síncrona |
Titã | 5.151 | 1,35 × 1023 | 1.222.000 | 1,88 | Atmosfera densa, criovulcanismo |