Rosetta: Missão ao cometa Churyumov-Gerasimenko

Descrição da imagem: A longa viagem de mais de 6 bilhões de km da sonda Rosetta com todas as suas trajetórias e seus diferentes encontros. Fonte da imagem: CNES, Sébastien Rouquette.

Trajetórias da sonda Rosetta

A sonda Rosetta da Agência Espacial Europeia foi lançada do Centro Espacial de Kourou (Guiana Francesa) em 2 de março de 2004, para uma viagem muito longa de 6 bilhões de km.

O objetivo principal da missão era alcançar o cometa periódico (1 passagem a cada 6,59 anos) Churyumov-Gerasimenko "Choury", analisar a composição e a estrutura do seu núcleo, sua desgaseificação ao se aproximar do Sol e, em seguida, pousar Philae, o robô pousador de 100 kg, na sua superfície.

A missão Rosetta já forneceu inúmeros dados coletados durante os sobrevoos do planeta Marte em fevereiro de 2007, do pequeno asteroide (2867) Steins (≈5 km) em 5 de setembro de 2008 e do grande asteroide Lutetia (95,8 km) em 10 de julho de 2010.

Rosetta estava em hibernação desde junho de 2011, a mais de 800 milhões de km do Sol, perto da órbita de Júpiter, e seu despertar automático foi programado 957 dias depois. Em 20 de janeiro de 2014, a 9 milhões de km do cometa, a sonda aqueceu seus instrumentos de navegação, parou sua rotação e apontou sua antena de rádio principal em direção à Terra para transmitir um sinal de vida.

O sinal foi recebido pelas duas estações terrestres da NASA, Goldstone e Canberra, em 20 de janeiro de 2014, às 18:18 UTC, durante a primeira janela de oportunidade que a sonda teve para se comunicar com a Terra. Imediatamente confirmado pelo centro de operações espaciais da ESA em Darmstadt, e o sucesso do despertar foi anunciado como "Olá, mundo" através da conta do Twitter.

Desde 20 de janeiro, os cientistas realizaram os controles de saúde essenciais no satélite, e os onze instrumentos do orbitador e os dez instrumentos do pousador serão ligados e preparados para o estudo do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko.

Durante dois meses, Rosetta realizará um mapeamento detalhado da superfície do cometa, bem como medições precisas de sua gravidade, massa, forma e dos gases em sua atmosfera poeirenta ou coma. Em seguida, os cientistas escolherão um local de pouso para Philae, o robô pousador de 100 kg.

O perigoso pouso de Philae está previsto para 11 de novembro de 2014. A gravidade na superfície do cometa é tão fraca que Philae terá que usar arpões que se prenderão no gelo para evitar que ele volte a saltar para o espaço após o pouso. Então, receberemos fotos em alta resolução da superfície gelada do cometa. O robô perfurará o solo até 23 cm de profundidade e analisará as amostras em seu laboratório.

O cometa atingirá sua distância mais próxima do Sol (185 milhões de km) em 13 de agosto de 2015, e estará entre as órbitas da Terra e Marte. Rosetta seguirá o cometa pelo resto de 2015.

Os cometas: Guardiões do passado

Os cometas são os guardiões do passado, os vagabundos do céu, os mensageiros do espaço que transportam as chaves da nossa origem. Os cientistas desdobram muita imaginação para coletar as mensagens da matéria primordial. Em 1986, uma sonda fotografou o cometa Halley de muito perto (600 km), trazendo imagens extraordinárias do núcleo.

Os cometas datam de uma época em que o sistema solar primitivo ainda não havia formado os planetas. Há 5 bilhões de anos, uma supernova explodiu. A nuvem de gás e poeira se condensou para dar origem ao Sol no centro, e ao seu redor, um disco gasoso achatado em rotação estava cheio de corpos que circulavam em todas as direções.

Alguns desses corpos se aglutinaram e formaram os planetas, mas outros, muito longe do centro, orbitavam ao acaso devido a perturbações nas regiões geladas do sistema solar. Alguns objetos gelados deixaram a nuvem um dia para mergulhar em direção ao Sol.

Aquecidos pelo Sol, seu gás evaporou, uma longa cabeleira se desdobrou, e os pequenos corpos se tornaram cometas. Esta é a razão pela qual os cometas contêm as moléculas orgânicas mais antigas do Sistema Solar.

Rosetta será a primeira sonda a entrar em órbita ao redor de um cometa e depositar um laboratório científico, o robô pousador Philae, em sua superfície.

N.B.: Após a falha do foguete europeu Ariane 5 em dezembro de 2002, o Cometa Churyumov-Gerasimenko foi escolhido em vez do pequeno cometa (1,2 km de diâmetro) 46P Wirtanen, que era o alvo inicial da missão. Churyumov-Gerasimenko (6,59 anos) e Wirtanen (5,4 anos) são cometas de curto período.

N.B.: A Pedra de Rosetta, descoberta em 1799, é uma estela gravada do antigo Egito na qual está inscrita três versões de um mesmo texto, o que permitiu a decifração dos hieróglifos no início do século XIX. Na parte superior da pedra, o texto está em hieróglifos egípcios, no centro, o mesmo texto em escrita Demótica e na parte inferior em Grego Antigo. A Pedra de Rosetta mede 112,3 cm de altura, 75,7 cm de largura, 28,4 cm de espessura e pesa ≈760 kg. Philae era uma cidade egípcia antiga às margens do Nilo, que abrigava um dos templos melhor conservados de Ísis. Desde a entrada em operação da Alta Barragem de Assuã em 1970, Philae não é mais do que uma rocha emergindo do lago. Todas as construções colocadas sobre o solo granítico de Philae, pedra por pedra, foram transportadas para outro ilhéu de granito, Aguilkia.