Descrição da imagem: Visualização artística das interações entre partículas. Fonte da imagem: Astronoo IA.
Cada partícula contém uma energia colossal, regida por mecanismos sutis e complexos, estudados no contexto da fascinante física das partículas.
Os quarks e os léptons são as partículas elementares que constituem toda a matéria ordinária que conhecemos, enquanto os bósons são os mediadores das forças fundamentais da natureza. Esses constituintes quânticos são descritos pelo modelo padrão das partículas elementares, consolidado por confirmações experimentais como a descoberta do quark top (1995), do neutrino tau (2000) e do bóson de Higgs (2012).
Os prótons e os nêutrons são partículas compostas, não elementares, constituídas por um conjunto complexo de quarks ligados entre si por gluões. Esses gluões, vetores da interação nuclear forte, transmitem uma propriedade chamada carga de cor, da qual se origina o nome informal de força de cor.
O pentaquark é uma partícula composta, mas sua estrutura é muito mais complexa do que a de um próton. Os pentaquarks são partículas subatômicas exóticas compostas por cinco quarks. De acordo com o modelo padrão da física das partículas, os quarks são os blocos fundamentais da matéria, combinados habitualmente em grupos de dois ou três para formar mésons (pions ou kaons) e bárions (prótons ou nêutrons).
Um pentaquark é composto por quatro quarks ($q$) e um antiquark ($\bar{q}$), o que pode ser escrito simbolicamente como $(qqqq\bar{q})$. Essa estrutura permite uma grande diversidade de combinações possíveis, tornando seu estudo particularmente complexo. De fato, um pentaquark pode ser composto de diferentes combinações de quarks (up, down, strange, charm, bottom, top) e antiquarks. Cada combinação resulta em um pentaquark com uma massa diferente. Esses estados são formados por interações fortes, descritas pela teoria da cromodinâmica quântica (QCD).
O próton, composto por dois quarks up ($u$) e um quark down ($d$), é estável (1030 anos), sendo um dos elementos básicos da matéria ordinária. Assim como no próton, os quarks em um pentaquark são mantidos juntos por gluões via interação forte, mas a dinâmica é mais complexa devido à presença do antiquark. Ao contrário do próton, os pentaquarks são extremamente instáveis e se desintegram rapidamente em outras partículas, como mésons (pions ou kaons) instáveis ou bárions (prótons ou nêutrons) mais estáveis. Sua vida útil é comparável à das partículas fortemente interativas produzidas pela interação forte, ou seja, de 10-23 a 10-20 segundos.
Impossível isolar um quark sozinho, pois a interação forte, que os mantém unidos, torna-se ainda mais intensa à medida que os quarks se afastam. Esse fenômeno, conhecido como "confinamento dos quarks", implica que a força age como um vínculo elástico, mantendo os quarks juntos. Por outro lado, quando os quarks estão muito próximos, a interação forte enfraquece, uma propriedade chamada "liberdade assintótica". Essas características decorrem da carga de cor, própria das partículas sujeitas à interação forte.
Os pentaquarks são detectados indiretamente em experimentos de física de altas energias (como no LHCb no CERN) graças aos produtos de sua desintegração. As assinaturas de sua desintegração rápida permitem estimar sua vida útil.
Os pentaquarks foram detectados experimentalmente em 2015. Essa descoberta permitiu confirmar a existência de formas exóticas de matéria previstas teoricamente desde os anos 1960. Essas partículas oferecem uma janela única para estudar a força fundamental que une os quarks entre si.
Descrever um pentaquark (quatro quarks e um antiquark) como um arranjo sutil de um bárion (três quarks) e um méson (um quark e um antiquark) é uma descrição parcial e plausível, mas corresponde a uma hipótese específica (estado molecular). Outras configurações, como o estado compacto, também são consideradas. As pesquisas em andamento visam determinar precisamente a natureza desses hádrons exóticos.