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Atualizado em 28 de junho de 2024

O aglomerado de galáxias El Gordo

O Aglomerado de Galáxias El Gordo

Descrição da imagem: Este mosaico do Hubble mostra o aglomerado chamado El Gordo (o gordo, em espanhol). O aglomerado contém várias centenas de galáxias, mas nesta imagem, há muitas mais, pois algumas são vistas distorcidas várias vezes por lentes gravitacionais. Elas se espalham em um círculo, mas são múltiplas vistas de uma única galáxia. Crédito: NASA, ESA, e J. Jee (Universidade da Califórnia, Davis).

El Gordo

O aglomerado de galáxias El Gordo, oficialmente designado ACT-CL J0102-4915, é um dos aglomerados de galáxias mais massivos e energéticos observados no universo. Localizado a aproximadamente 7 bilhões de anos-luz de distância, este aglomerado foi descoberto em 2012 por uma equipe internacional de cientistas usando o Atacama Cosmology Telescope (ACT) no Chile. Seu nome, "El Gordo", que significa "o gordo" em espanhol, reflete seu tamanho imponente e sua imensa massa, estimada em cerca de 3×1015 massas solares. O tamanho de El Gordo também é impressionante, com um diâmetro de cerca de 3 milhões de anos-luz.

El Gordo é composto por milhares de galáxias, gás quente e matéria escura (observada por raios X). Cerca de 85% da massa do aglomerado está na forma de matéria escura, uma forma hipotética de matéria que não interage com a luz, mas cuja presença é inferida por seus efeitos gravitacionais.
As observações de raios X, realizadas pelo telescópio espacial Chandra, revelam que o gás quente em El Gordo tem uma temperatura média de cerca de 14 keV (aproximadamente 160 milhões de graus Kelvin). Essa alta temperatura é indicativa da dinâmica violenta do aglomerado, muitas vezes atribuída a uma colisão entre dois aglomerados menores.
Um dos principais métodos usados para estudar El Gordo é o efeito Sunyaev-Zel'dovich (SZ). Esse efeito ocorre quando a radiação do fundo cósmico de micro-ondas (CMB) interage com o gás quente do aglomerado, deslocando a energia dos fótons do CMB. Essa interação permite detectar o aglomerado e medir algumas de suas propriedades, como a pressão do gás quente.

El Gordo também atua como uma lente gravitacional, curvando a luz dos objetos localizados atrás dele. Ao observar as distorções nas imagens das galáxias de fundo, os astrônomos podem mapear a distribuição de massa no aglomerado, incluindo a matéria escura. Essa técnica foi usada para confirmar a imensa massa de El Gordo e para estudar sua estrutura interna.

As observações de raios X são essenciais para estudar o gás quente nos aglomerados de galáxias. Os dados do telescópio espacial Chandra permitiram medir a temperatura, a densidade e a distribuição do gás quente em El Gordo, fornecendo pistas sobre a história dinâmica do aglomerado e os processos de fusão em curso.
O estudo de El Gordo fornece testes importantes para os modelos cosmológicos. A massa e o tamanho extremos do aglomerado, bem como sua existência em uma época relativamente precoce do universo, desafiam algumas previsões dos modelos padrão de formação de estruturas. Os cosmólogos usam aglomerados como El Gordo para refinar os parâmetros do modelo cosmológico padrão, incluindo a densidade da matéria escura e a natureza da energia escura.


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