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Última atualização: 23 de outubro de 2025

O que é uma galáxia? Viagem ao país dos bilhões de estrelas

Galáxia espiral no universo observável

Cidades de estrelas na imensidão cósmica

As galáxias são imensos conjuntos de estrelas, gás, poeira e matéria escura, unidos pela gravidade. Uma galáxia típica contém entre 10⁷ e 10¹² estrelas. Nossa Via Láctea tem cerca de 200 bilhões de estrelas e se estende por quase 100.000 anos-luz.

A estrutura de uma galáxia

Uma galáxia não é um conjunto homogêneo. Ela é composta por vários componentes dinâmicos:

N.B.:
A matéria escura nunca foi observada diretamente. Sua presença é deduzida de seus efeitos gravitacionais na dinâmica das galáxias e aglomerados. Partículas hipotéticas como as WIMPs poderiam ser seus componentes.

Classificação das galáxias

A classificação das galáxias, proposta em 1926 por Edwin Hubble (1889-1953), baseia-se em sua morfologia observada:

Tipos morfológicos de galáxias segundo Hubble
TipoCaracterísticas principaisFormação estelarComentário
Elíptica (E)Estrutura esferoidal, pouco gás e poeiraBaixa ou nulaResultado provável de fusões antigas
Espiral (S)Disco achatado com braços espirais e bojo centralAtiva nos braçosNossa Via Láctea pertence a esta categoria
Irregular (Irr)Forma caótica, desordenadaVariávelMuitas vezes resultante de interações gravitacionais

Fonte: NASA/IPAC Extragalactic Database e ESA Hubble Science - Galaxies.

Por que as estrelas vivem em comunidade nas galáxias?

As estrelas não estão distribuídas aleatoriamente no universo. Elas se agrupam em vastos conjuntos chamados galáxias, verdadeiras comunidades estelares unidas pela gravidade. Essa organização não é casual, mas resulta diretamente das leis físicas fundamentais que regem a estrutura cósmica.

A gravidade, o vínculo coletivo universal

Desde os primeiros instantes do universo, pequenas flutuações de densidade no gás primordial criaram regiões ligeiramente mais massivas que seu entorno. Essas sobredensidades começaram a atrair a matéria circundante sob o efeito da gravidade. Como essa interação é sempre atrativa, ela amplifica os agrupamentos ao longo do tempo: as zonas mais densas tornam-se ainda mais densas. Assim, primeiro se formam os halos de matéria escura, seguidos por nuvens de gás que colapsam para dar origem às estrelas.

As estrelas recém-formadas permanecem presas nesse poço gravitacional coletivo. Suas velocidades orbitais, de centenas de km/s, não são suficientes para ejetá-las do sistema: elas continuam a girar juntas em torno do centro da galáxia, como abelhas em torno de uma colmeia cósmica.

Um equilíbrio entre gravidade e movimento

Cada estrela é atraída por todas as outras, mas o movimento global de rotação impede um colapso completo. Esse equilíbrio entre atração gravitacional e energia cinética é análogo ao de um sistema planetário: os planetas do Sistema Solar permanecem ligados ao Sol pela mesma lógica, em uma escala menor.

A velocidade orbital média \(v(r)\) de uma estrela depende da massa \(M(r)\) contida dentro de sua órbita segundo a relação newtoniana \(v(r) = \sqrt{GM(r)/r}\). Em uma galáxia, a massa total inclui não apenas as estrelas visíveis, mas também a matéria escura invisível, o que explica por que as velocidades observadas permanecem altas mesmo nas regiões periféricas.

Interações favoráveis à vida estelar

Viver em uma comunidade galáctica favorece a formação, evolução e morte das estrelas. As nuvens de gás interestelar são constantemente enriquecidas por supernovas que liberam elementos pesados no meio. Esses materiais reciclados servem para formar novas gerações de estrelas e planetas.

Assim, as galáxias funcionam como ecossistemas cósmicos onde a matéria circula, se transforma e se renova continuamente. Uma estrela isolada, sem aporte externo de matéria, não poderia contribuir para esse ciclo galáctico.

Interações entre galáxias

As galáxias não estão isoladas: vivem em aglomerados ou grupos de galáxias, sujeitos à mesma dinâmica de atração gravitacional. Quando passam perto uma da outra, seus campos gravitacionais se perturbam mutuamente, causando surtos de formação estelar chamados starbursts.

Essas interações promovem o crescimento das galáxias ao longo do tempo cósmico. Em alguns bilhões de anos, por exemplo, espera-se que a Via Láctea e Andrômeda se fundam para formar uma nova galáxia elíptica gigante, às vezes chamada de "Milkomeda".

Uma comunidade gravitacional estável

A estabilidade de uma galáxia depende do equilíbrio global entre a gravidade e os movimentos orbitais de suas estrelas. Cada estrela, embora independente, contribui para a coesão do conjunto, como partículas em um fluido em equilíbrio dinâmico. Sem essa cooperação natural, nenhuma galáxia poderia ter sobrevivido por bilhões de anos em um universo em expansão.

N.B.:
As galáxias não são apenas agrupamentos de estrelas: também contêm gás, poeira, campos magnéticos e, acima de tudo, matéria escura. Esse componente invisível representa cerca de 85% da massa total e garante a coesão dessas comunidades estelares em escalas cósmicas.

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