A Unidade Astronômica (UA) é uma medida fundamental de distância em astronomia, historicamente definida como a distância média entre a Terra e o Sol. Utilizada para quantificar distâncias dentro do Sistema Solar, permite expressar as órbitas planetárias de maneira prática. Antes de sua redefinição, a UA estava ligada aos parâmetros dinâmicos da órbita terrestre através da constante gravitacional (G) e da massa solar \(M_{\odot}\).
Por muito tempo, a UA foi determinada por observações de fenômenos astronômicos, como os trânsitos de Vênus. O valor da UA dependia da aplicação da terceira lei de Kepler, formulada matematicamente como \( \frac{a^3}{T^2} = \frac{G M_{\odot}}{4\pi^2} \) onde (a) é o semi-eixo maior da órbita terrestre e (T) seu período. Medições de telemetria por radar em Vênus e sondas espaciais refinaram gradualmente seu valor, revelando a necessidade de uma definição mais rigorosa independente das incertezas gravitacionais.
Em 2012, a União Astronômica Internacional (UAI) adotou uma nova definição: a Unidade Astronômica é agora uma constante fixa igual a 149.597.870.700 metros exatamente. Essa decisão decorre da necessidade de eliminar a dependência dos modelos gravitacionais e dos valores flutuantes de \(G\) e \(M_{\odot}\). Hoje, a UA é comparável a outras constantes físicas, como a velocidade da luz, garantindo assim sua estabilidade nos cálculos astronômicos e espaciais.
$$ 1\ UA = 149\ 597\ 870\ 700\ metros\ exatamente $$
Fixar a UA fortaleceu a precisão das efemérides planetárias e das trajetórias espaciais. De fato, a distância Terra-Sol varia ligeiramente devido à excentricidade orbital \( e \approx 0.0167 \), mas o valor fixado oferece um referencial invariável. Esta mudança também alinhou as unidades astronômicas ao Sistema Internacional de Unidades (SI), unificando assim as disciplinas físicas e astronômicas sob uma mesma coerência metrológica.
Este valor, agora independente do semi-eixo maior terrestre, é baseado na constante gravitacional heliocêntrica (GM⊙) medida com extrema precisão. A mudança tem várias vantagens:
A Unidade Astronômica é um referencial fundamental para a astronomia moderna, pois permite expressar as distâncias em nosso sistema solar de maneira prática, simplificar as equações orbitais e padronizar as medições em diversos estudos astrofísicos. Constitui uma unidade básica indispensável para a compreensão e análise dos movimentos celestes e das missões espaciais.