Imagem criada por uma IA: O átomo primitivo do Abbé Georges Lemaître.
A teoria do átomo primitivo do abade Georges Lemaître (1894-1966) é um conceito-chave na cosmologia, frequentemente associado à ideia do Big Bang.
Georges Lemaître (físico belga e padre católico) propôs esta ideia na década de 1920.
De acordo com a teoria do átomo primitivo, o universo começou a partir de um estado inicial extremamente denso e quente. Lemaître sugeriu que este estado inicial poderia ser representado como um "átomo primitivo". Segundo esta teoria, o Universo surgiu de uma espécie de núcleo atômico gigante, que se desintegrou devido à sua instabilidade intrínseca. Este “átomo primitivo” teria dado origem à expansão do universo tal como o observamos hoje.
O Abbé Lemaître foi um dos primeiros a reconhecer que a observação de galáxias afastando-se umas das outras sugeria uma expansão do universo. Olhando para trás no tempo, esta expansão sugere um estado inicial onde toda a matéria e energia do universo estavam concentradas num ponto extremamente denso.
A teoria do átomo primitivo é frequentemente considerada um precursor da ideia do “Big Bang”, que mais tarde foi popularizada. A explosão do átomo primitivo é análoga ao que hoje chamamos de Big Bang. No entanto, Lemaître defendeu esta explosão inicial sem quaisquer “motivos ocultos religiosos”.
O termo "Big Bang" foi popularizado pelo físico britânico Fred Hoyle (1915-2001), que inicialmente foi cético em relação à teoria da expansão do universo. A origem do termo remonta a uma transmissão de rádio da BBC em 1949, durante a qual Hoyle usou o termo "Big Bang" sarcasticamente para zombar da teoria proposta por Georges Lemaître.
Hoyle foi um defensor da teoria do estado estacionário, uma hipótese concorrente na época, que afirma que o universo não muda sua aparência em grande escala ao longo do tempo. A ideia de Lemaître do átomo primitivo, com sua implicação de uma luz inicial, não agradava a Hoyle, que preferia a ideia de um universo eterno e constante.
Lemaître também argumentou que a expansão do universo era contínua e que a matéria se diluía ao longo do tempo. Esta ideia foi posteriormente confirmada por observações astronómicas, incluindo a descoberta da radiação cósmica de fundo em micro-ondas, radiação térmica presente em todo o Universo, que é a principal evidência do Big Bang.
Em resumo, a teoria do átomo primitivo do Abbé Lemaître lançou as bases conceituais para a compreensão da origem do universo e contribuiu significativamente para o desenvolvimento da cosmologia moderna.