Azoto (Z=7): O Elemento Abundante e Inerte na Atmosfera
O Papel Essencial do Azoto
O Azoto (símbolo N, número atómico 7) é um elemento químico abundante na atmosfera terrestre e fundamental para a vida na Terra. Embora seja inerte na sua forma molecular (N₂), é indispensável para muitos processos biológicos e industriais.
Contribuição do nitrogênio para os processos vitais
Os organismos não consomem N₂ atmosférico (uma forma extremamente estável). Apenas algumas bactérias fixadoras de nitrogênio (diazotróficas) o convertem em NH₃ biologicamente utilizável. Consequência de um déficit: Deterioração progressiva das funções biológicas (déficit em proteínas, em DNA, etc.), mas não há morte imediata como ocorre com o oxigênio.
História da Descoberta
1772: Primeiro isolamento por Daniel Rutherford O gás azoto foi isolado pela primeira vez por Daniel Rutherford, um cientista escocês, que o chamou de "ar nocivo" devido à sua incapacidade de suportar a combustão.
1790: Reconhecimento do seu caráter inerte O cientista britânico Henry Cavendish também contribuiu para a caracterização do azoto ao estudar o seu papel na respiração e a sua não reatividade com o oxigénio.
Estrutura Atómica
Constituição: O átomo de azoto possui 7 prótons, 7 neutrões e 7 electrões, com uma configuração electrónica de 1s² 2s² 2p³. Isótopos:
Azoto-14 (¹⁴N): isótopo estável, representando 99,63% do azoto natural.
Azoto-15 (¹⁵N): isótopo estável, utilizado em investigação científica, especialmente em biologia e geoquímica.
Propriedades Físicas
Gás diatómico (N₂), incolor, inodoro, insípido.
Massa molar: ≈ 28.014 g/mol
Ponto de fusão: 63.15 K (−210.00 °C)
Ponto de ebulição: 77.36 K (−195.79 °C)
Densidade: ~1.2506 g/L (a 0°C e 1 atm)
Inerte à temperatura ambiente, não interage facilmente com outros gases ou elementos.
Reatividade Química
Gás inerte (reactividade muito baixa) na forma molecular N₂.
Reage em condições extremas (alta temperatura, pressão) com o hidrogénio para formar amoníaco (NH₃) através do processo Haber-Bosch.
Forma óxidos de azoto (NO, NO₂) ao reagir com o oxigénio na atmosfera.
Envolvido na fixação biológica do azoto, essencial para a produção de proteínas nas plantas.
Aplicações Industriais e Tecnológicas
Síntese do amoníaco (NH₃) para a produção de fertilizantes (processo Haber-Bosch).
Produção de nitratos utilizados em explosivos e materiais químicos.
Uso em circuitos electrónicos e criogénicos devido às suas propriedades de inércia.
Azoto líquido utilizado como refrigerante em diversas aplicações criogénicas.
Papel-chave na fabricação de semicondutores e na produção de gases de efeito estufa (NOx).
Papel Biológico e Ecológico
Fixação do azoto: processo natural que permite às plantas assimilarem o azoto do ar sob a forma de nitratos através de bactérias simbióticas.
O ciclo do azoto: processo biogeoquímico essencial para o crescimento das plantas e a produção de proteínas.
Presença no ADN e nos aminoácidos, elementos básicos dos organismos vivos.
Utilização do azoto para a síntese de hidrazina, utilizada em certos medicamentos e produtos químicos.
Desafios Ambientais e Industriais
Problemas de poluição do ar devido aos óxidos de azoto (NOx), principais responsáveis pela formação de ozono troposférico.
Contribuição para o efeito estufa e para as chuvas ácidas através das emissões de dióxido de azoto (NO₂).
Uso excessivo de fertilizantes azotados na agricultura, levando à poluição dos solos e das águas.