Acredita-se que o Sol tenha surgido em uma nuvem molecular gigante há cerca de 4,5 bilhões de anos, após a explosão de uma supernova com pelo menos 30 vezes a massa do Sol.
Uma estrela gerou a nuvem de gás e poeira da qual viemos. Essa gigantesca estrela é chamada Coatlicue, a mãe do Sol na mitologia asteca, além de ser a deusa da fertilidade, da Terra, do fogo, da vida, da morte, do renascimento... enfim, de tudo!
A estrela Coatlicue provavelmente se formou dentro de uma nuvem molecular gigante contendo dezenas de milhares de estrelas, algumas das quais explodiram como supernovas em apenas alguns milhões de anos. Depois, uma segunda geração de alguns milhares de estrelas nasceu do gás e poeira comprimidos pelas primeiras supernovas. Nesse momento, Coatlicue teria nascido e depois explodido, envolta em uma concha de matéria e gás denso, alimentada durante milhões de anos pelos ventos da estrela moribunda. Foi nesta concha rica em matéria que muitas estrelas, incluindo o nosso Sol, começaram a se formar.
Em apenas algumas dezenas de milhões de anos, três gerações de estrelas se sucederam, dando origem ao nosso sistema solar, agora isolado nos limites da Via Láctea.
As estrelas chamadas ‘cognatas’ do Sol, ou seja, aquelas que compartilham uma origem comum, nasceram da mesma nuvem molecular há cerca de 4,6 bilhões de anos. Embora as dinâmicas galácticas tenham dispersado esses astros originalmente co-nascidos, hoje as técnicas de química estelar permitem identificar algumas delas. HD 162826, na constelação de Hércules, apresenta uma assinatura espectral compatível com uma origem comum com o nosso Sol.
Infelizmente, não há chance de encontrar as inúmeras estrelas que nasceram do mesmo processo e ao mesmo tempo que o nosso Sol, pois em 4,5 bilhões de anos, a uma velocidade de 217 km/s, já demos pelo menos 18 voltas na Via Láctea, afastando-nos das irmãs do Sol.
A morte de uma estrela pode ser suave ou violenta, dependendo da sua massa.
N. B.: A violência do colapso de uma estrela produz uma explosão gigantesca que lança suas camadas externas para o espaço, desempenhando um papel crucial na história da vida. Durante sua explosão como supernova, a estrela libera os elementos químicos que sintetizou ao longo de sua existência e durante a própria explosão. Esses elementos químicos viajarão pelo meio interestelar e se espalharão pelo espaço. Uma supernova se expande e semeia o meio interestelar com elementos pesados, formados durante a vida da estrela e na explosão. Esses elementos pesados são os constituintes dos planetas rochosos, como a nossa Terra.