Em astronomia, a ZHC é a região ao redor de uma estrela onde as condições térmicas permitem a existência de água líquida na superfície de um planeta. O conceito de zona habitável foi desenvolvido pelo astrônomo Su-Shu Huang (1915-1977) em 1959 e popularizado por Michael Hart (1932-) na década de 1970. A posição dessa zona depende principalmente da luminosidade da estrela central. Para uma estrela como o Sol, a zona habitável se estende aproximadamente de 0,95 a 1,67 UA (1 UA = distância Terra-Sol).
O limite interno corresponde ao limiar onde o efeito estufa desencadeia uma evaporação oceânica descontrolada. O limite externo ocorre quando o CO2 se condensa e mesmo um forçamento radiativo máximo não consegue mais evitar o congelamento. A distância \(d\) da zona habitável pode ser estimada pela fórmula: \(d = \sqrt{\frac{L_{\ast}}{L_{\odot}}}\) onde \(L_{\ast}\) é a luminosidade da estrela e \(L_{\odot}\) é a luminosidade solar.
As estrelas não têm luminosidade constante. Sua luminosidade aumenta ao longo do tempo, ampliando ou deslocando a zona habitável. Em 1 bilhão de anos, a Terra pode sair da zona habitável interna do Sol. Planetas que são habitáveis hoje podem não ser amanhã, e vice-versa; alguns planetas gelados podem entrar em uma zona habitável futura.
N.B.: De modo geral, para uma estrela do tipo solar, o aumento de luminosidade é de ≈ +10% a cada ~1 Gyr. No momento de sua formação (idade ≈ 0,05 Gyr), a luminosidade do Sol era de apenas cerca de 70% da luminosidade atual.
Alguns cientistas ampliam o conceito de zona habitável para incluir luas de planetas gigantes, como Europa (ao redor de Júpiter) ou Encélado (ao redor de Saturno), onde oceanos subterrâneos poderiam abrigar vida graças ao aquecimento por forças de maré.
O conceito de zona habitável não se aplica apenas às estrelas, mas também às galáxias. Falamos então de ZHG (Zona Habitável Galáctica). Trata-se da região de uma galáxia onde as condições são mais favoráveis ao surgimento e à perenidade da vida complexa.
Em nossa Galáxia, a zona habitável galáctica é geralmente estimada como um anel localizado entre aproximadamente 7 e 9 quiloparsecs do centro (23.000 a 30.000 anos-luz). Por sorte, o Sistema Solar está a ≈ 8 kpc do centro, bem nesta zona supostamente ideal.
Desde 1995, mais de 5.000 exoplanetas foram detectados. Entre eles, uma fração está na zona habitável de sua estrela. O exemplo mais emblemático é Proxima Centauri b, localizada a 4,2 anos-luz, que recebe um fluxo estelar compatível com a presença de água líquida. No entanto, a habitabilidade real depende de muitos fatores: atmosfera, campo magnético, atividade estelar.
Tipo de estrela | Temperatura da estrela (Teff) | Distância da zona habitável | Duração de estabilidade | Exemplo |
---|---|---|---|---|
Anã vermelha (M) | ≈ 2.400 – 3.700 K | ≈ 0,1 – 0,3 UA | ~ 100 Gyr | Proxima Centauri, Gliese 581 |
Estrela solar (G) | ≈ 5.300 – 6.000 K | ≈ 0,9 – 1,5 UA | ~ 10 Gyr | Sol, Tau Ceti |
Subgigante (F) | ≈ 6.000 – 7.500 K | ≈ 2 – 4 UA | ~ 3 Gyr | Prócion A, Canopus |
Estrela massiva (O-B) | ≈ 10.000 – 30.000 K | > 10 UA | < 100 Myr | Sírius, Rigel |
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