A barragem das Três Gargantas, no rio Yangtzé, na China, é a maior usina hidroelétrica já construída. Medindo 2,3 km de comprimento e 185 m de altura, é capaz de reter um volume gigante de água de aproximadamente 39,3 km³. Sua usina hidroelétrica pode produzir até 22.500 MW, equivalente a várias dezenas de usinas nucleares. Além da produção de eletricidade, regula as cheias, melhora a navegação fluvial e contribui para o desenvolvimento econômico da região.
Sua construção exigiu o reassentamento de mais de um milhão de pessoas e levou à inundação de cidades, vilas e terras agrícolas. A barragem também influencia o fluxo de sedimentos e a qualidade da água, modificando os ecossistemas aquáticos e terrestres por centenas de quilômetros a montante e a jusante.
A complexidade desta barragem reside no equilíbrio entre seus benefícios energéticos e hidrológicos e os impactos ambientais e sociais, que continuam a ser estudados e monitorados.
Aspecto | Impacto | Área afetada | Observação / Medida |
---|---|---|---|
Habitat terrestre | Inundação e perda de florestas ribeirinhas | Reservatório e áreas adjacentes | Redução da biodiversidade, realocação de populações |
Habitat aquático | Fragmentação dos cursos d'água e queda de peixes migradores | Yangtzé a montante e jusante da barragem | Monitoramento das populações de peixes e passagens migratórias |
Sedimentação | Acumulação no reservatório | Reservatório principal | Medições batimétricas, dragagem ocasional |
Regime hidrológico | Modificação da vazão e erosão das margens | Rio a jusante | Análise dos fluxos e monitoramento de deslizamentos de terra |
Emissões de gases | Metano e CO2 pela decomposição de biomassa inundada | Reservatório e áreas inundadas | Monitoramento das emissões e modelagem do balanço de carbono |
A barragem das Três Gargantas modifica profundamente o fluxo natural do Yangtzé, criando um gradiente hidrológico artificial e perturbando os habitats aquáticos. Espécies de peixes migradores, como o bagre gigante e o peixe-gato do Yangtzé, têm suas rotas de reprodução bloqueadas, reduzindo a biodiversidade. As flutuações no nível da água influenciam a dinâmica das zonas úmidas a jusante, alterando a composição florística e faunística.
A sedimentação no reservatório leva à formação de bancos de limo, que podem asfixiar os substratos bentônicos e alterar a distribuição de nutrientes. Esses sedimentos às vezes transportam poluentes agrícolas ou industriais, aumentando os riscos para a qualidade da água e a saúde dos organismos aquáticos.
A modificação do regime térmico e da turbidez da água afeta a fotossíntese de algas e macrófitas, perturbando as cadeias alimentares. Além disso, a estagnação relativa da água favorece o desenvolvimento de espécies invasoras e algas nocivas, agravando os desequilíbrios ecológicos.
O reservatório da barragem das Três Gargantas acumula grandes quantidades de limo provenientes da erosão das margens e afluentes do Yangtzé. Essa sedimentação modifica a capacidade do reservatório e pode afetar a vazão a jusante, o habitat aquático e a eficiência energética. O limo também transporta nutrientes e poluentes, influenciando a qualidade da água e a fertilidade das terras agrícolas localizadas mais abaixo na bacia.
Estratégias como a gestão da vazão para favorecer o transporte natural de sedimentos, dragagem ocasional e monitoramento regular são implementadas para limitar a acumulação e seus efeitos negativos.
A retenção da barragem das Três Gargantas modifica o regime hidrológico do Yangtzé, reduzindo as cheias naturais a jusante, mas aumentando o risco de saturação do reservatório em períodos de fortes chuvas. Essa concentração de água cria uma pressão hidrostática significativa sobre a barragem, exigindo controle permanente para evitar falhas catastróficas.
O acúmulo de sedimentos no reservatório altera o perfil longitudinal do rio, levando a uma erosão aumentada a jusante e modificações na morfologia das margens. As áreas de confluência e os meandros são particularmente sensíveis a essas mudanças, que podem causar deslizamentos de terra ou solapamentos.
A variação rápida do nível de água durante as operações de esvaziamento ou abertura das comportas gera ondas de fundo e correntes fortes, que podem causar desmoronamentos das margens e inundações localizadas. A longo prazo, essas flutuações podem desestabilizar os taludes e favorecer a ocorrência de deslizamentos de terra nas encostas adjacentes.
Finalmente, a concentração de água atrás da barragem aumenta o risco de sismicidade induzida pela pressão sobre a crosta terrestre, um fenômeno que pode afetar a estabilidade das infraestruturas e habitats humanos a jusante.
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